Misturar alisamento e tintura não é um bom negócio



Misturar alisamento e tintura não é um bom negócio




Misturar alisamento e tintura não é um bom negócio





Os processos químicos pelos quais os cabelos passam ao longo da vida tendem a prejudicar a estrutura dos fios.


 As tinturas e osalisamentos são as principais causas deste desgaste e, por isso, alguns profissionais proíbem misturar as duas químicas, a fim de diminuir os estragos e até mesmo a queda dos cabelos.
Segundo o hairstylist Robson Trindade, existem três princípios ativos básicos que servem para alisar os cabelos: o hidróxido de sódio, de cálcio e o tioglicolato de amônia. "Nos dois primeiros produtos, o alisamento sofre perda de 8% de massa molecular. No caso do terceiro, ocorre a dilatação da fibra, sem perda de massa, mas com o desligamento das pontes de enxofre, tornando essencial o processo de neutralização", acrescenta.
Atualmente, alisar e tingir os cabelos já não é mais proibido, graças aos produtos de alta tecnologia e que procuram agredir cada vez menos os fios. O profissional explica que o tioglicolato de amônio é neutralizado com o peróxido de hidrogênio, existente também nos produtos de coloração. Já no hidróxido de sódio e cálcio, a tintura pode ser feita imediatamente depois do alisamento. Robson Trindade diz: "É importante fazer, em qualquer procedimento, o teste de mechas. Ele informa as condições do cabelo e o quanto ele aguenta de química. O profissional não escolhe o produto, o cabelo é quem define qual o melhor para sua estrutura, tudo depende do estado da fibra capilar".
Depois de qualquer processo químico, o cabelo sofre alteração de pH e perda de nutrientes, tornando-se necessária a hidratação e a queratinização, dependendo do tipo de alisamento e tintura. "A hidratação é a reposição de água e a queratinização da estrutura. Já para retomar o brilho e dar proteção ao cabelo, estamos falando diretamente de óleos. Cada tipo de alisamento pede um tipo de tratamento, por exemplo, os procedimentos com sódio, nos quais ocorre a perda de massa, eu recomendo a queratina, que serve como uma espécie de concreto para os fios", comenta o hairstylist.
O problema na mistura de produtos de alisamento e tintura se dá para quem ainda usa formol ou seus derivados, nomes que por um bom tempo passaram despercebidos pela ANVISA, mas agora também são proibidos. Tais produtos, na verdade, não estragam a fibra, mas provocam uma blindagem, comprometendo a entrada da água e qualquer tipo de nutrição.
"Eu preciso de fios com sensibilidade, então não é bom que esteja blindado, porque desta forma não tem como repor aminoácidos nem nenhum outro procedimento de hidratação. O produto à base de formol deixa o cabelo intocável, por isso ele não atende a mais nada e com o tempo o fio morre, por não tem mais alimento nenhum", esclarece Robson Trindade.
Nesses casos, a tintura realmente é inviável, já que a pigmentação não vai atingir o fio e, por causa dessa blindagem feita pelo formol, as cores não ficam nos fios, causando estragos ainda maiores, por conta a agressão que o cabelo sofre.
Além disso, o formol causa diversos outros problemas para a saúde e são perigosos não só para quem alisa os cabelos, mas para o profissional, que inala constantemente o produto, agrupando partículas de formol nos órgãos que, da mesma forma, blindam células cancerígenas, colaborando para o desenvolvimento da doença.


Por isso, vale lembrar que, felizmente, os produtos para alisar e tingir os cabelos são fabricados para também serem usados em conjunto, mas, dependendo do estado da estrutura capilar, devem ser evitados. Por isso, obter uma avaliação de um profissional é extremamente importante antes de decidir fazer qualquer mudança radical nas madeixas.
Por Carolina Pain (MBPress)

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