Como Experimentamos o Amor de Deus no Coração?




Experimentar o amor de Deus, e não apenas pensar sobre este amor, é algo que devemos ,

desejar com todo o coração. É uma experiência de grande alegria porque nela provamos

a própria realidade de Deus e de seu amor. É o fundamento de profunda e

maravilhosa segurança — a segurança de que nossa esperança “não confunde” (Rm 5.5).

Esta segurança nos ajuda a nos gloriarmos “na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2);

e nos conduz através das intensas provas de nossa fé.

Esta experiência do amor de Deus é a mesma para todos os crentes? Não.

Se todos os crentes tivessem a mesma experiência do amor de Deus,

Paulo não teria orado em favor dos crentes de Éfeso: “A fim de poderdes compreender,

com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade

e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados

de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.18,19). Ele pediu isto porque alguns (ou todos!)

eram deficientes em sua experiência do amor de Deus, em Cristo.

E podemos supor que não somos todos deficientes na mesma medida em

que o eram os crentes de Éfeso.

Como podemos alcançar a plenitude da experiência do amor de Deus,

derramado em nosso coração pelo Espírito Santo? Uma das chaves para isso é

compreendermos que esta experiência não é semelhante à hipnose, ao choque elétrico,

às alucinações induzidas por drogas ou uma boa medida de calafrios. Pelo contrário,

tal experiência é mediada pelo conhecimento. Não é o mesmo que conhecimento,

mas vem por meio deste. Expressando-o de outra maneira, esta experiência do amor de

Deus é obra do Espírito Santo dando-nos gozo indizível em resposta às percepções

da mente a respeito da manifestação desse amor na pessoa de Jesus Cristo. Deste modo,

Cristo recebe a glória pelo gozo que desfrutamos. É um gozo naquilo que vemos nEle.

Onde você pode ver isto nas Escrituras? Considere 1 Pedro 1.8: “A quem, não havendo visto,

amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e

cheia de glória”. Aqui temos uma experiência de grande e indescritível gozo — um gozo

além de quaisquer palavras. Não se fundamenta em uma visão física de Cristo.

Está fundamentada em crer em Cristo. Ele é o foco e o conteúdo da mente neste

gozo indescritível.

De fato, 1 Pedro 1.6 afirma que o gozo, em si mesmo, está “na” verdade que

Pedro está declarando sobre a pessoa de Cristo — “Nisso exultais”.

Ao que se refere o termo “isso”? À verdade de que:

1) em sua grande misericórdia, Deus “nos regenerou para uma viva esperança,

mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (v. 3);

2) obteremos “uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível” (v. 4); e

3) somos “guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada

para revelar-se no último tempo” (v. 5). Em tudo isso, exultamos “com alegria indizível

e cheia de glória” (v. 8).

Sabemos algumas verdades. E nos regozijamos nisso! A experiência de uma alegria

indizível é uma experiência mediada. Ela vem por intermédio do conhecimento de

Cristo e de sua obra. Tal experiência possui um conteúdo.

Considere também Gálatas 3.5: “Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera

milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé?”

Sabemos, com base em Romanos 5.5, que a experiência do amor de Deus acontece por

meio do “Espírito Santo, que nos foi outorgado”. Mas Gálatas 3.5 nos diz que a concessão

do Espírito tem conteúdo. Ela se realiza por meio da “pregação da fé”. Há duas coisas:

a pregação e a fé. Existe a pregação da verdade a respeito de Cristo e a fé nessa verdade.

É desta maneira que o Espírito é concedido. Ele vem por meio de conhecer e crer.

A obra dEle é uma obra mediada. Tem conteúdo mental. Acautele-se de buscar o

Espírito com esvaziamento de sua mente.

De modo semelhante, Romanos 15.13 afirma que o Deus da esperança nos enche com

alegria e paz, “no crer”. E o crer tem conteúdo. O amor de Deus é experimentado

em conhecermos e crermos em Cristo, porque Romanos 8.39 diz que o amor

de Deus “está em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Nada poderá “separar-nos do amor de

Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

Portanto, faça quatro coisas: olhe, ore, renuncie e desfrute.

1. Olhe para Jesus. Considere a Jesus Cristo. Medite na glória e na obra dEle,

não de modo casual, e sim intencional. Pense sobre as promessas que

Ele fez e assegurou por meio de sua morte e ressurreição.

2. Ore para que Deus abra seus olhos, a fim de contemplarem as maravilhas

do amor dEle nestas coisas.

3. Renuncie todas as atitudes e comportamentos que contradizem esta demonstração

do amor de Cristo por você.

4. Desfrute a experiência do amor de Deus derramado em seu coração, pelo Espírito Santo.

Extraído do livro “Penetrado pela Palavra” de John Piper

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