Magnésio para o coração bater no ritmo


Caprichar no consumo desse mineral resguarda o peito contra arritmias. E o melhor: ele é facilmente encontrado nas castanhas e até na singela salsa.

LÚCIA NASCIMENTO | fotos ALEX SILVA

Bem que a gente gosta quando ele bate acelerado. Só que, longe do mundo das emoções, o ideal é que o coração mantenha sempre o mesmo ritmo. Em termos médicos, quando o baticum dispara ou reduz a marcha inesperadamente, para menos de 50 ou mais de 100 batimentos por minuto, é sinal de que existe uma arritmia. Algumas delas são congênitas, outras estão ligadas ao uso excessivo de certos medicamentos e, por incrível que pareça, também podem ser desencadeadas pela falta de magnésio no corpo. É que esse mineral participa das contrações do miocárdio, o músculo cardíaco.

"O coração possui um complexo sistema elétrico responsável por suas contrações", afirma o cardiologista Enrique Pachón, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, em São Paulo. "Ele apresenta um sistema condutor dos sinais elétricos, que os distribui a todas as células cardíacas de forma rápida e uniforme." É aí que entra o magnésio: para gerar o sinal, as células precisam de minerais como fósforo, potássio, cálcio e... generosas doses de magnésio. Sem algum deles, aumenta o risco de os batimentos ficarem irregulares. E essa simples irregularidade pode se tornar crônica.


"As primeiras alterações no miocárdio são assintomáticas, mas com o tempo culminam até mesmo em uma parada cardíaca", alerta o cardiologista Ricardo Gusmão, do Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro. "Muitas arritmias provocadas pela falta de magnésio podem ser súbitas e fatais, principalmente em indivíduos com histórico de problemas no coração", justifica o alarme o cardiologista José Luís Aziz, da Faculdade de Medicina do ABC, na região metropolitana de São Paulo. Ao mesmo tempo que é impossível prevenir todo e qualquer tipo da doença, é, sim, viável evitar as arritmias que têm como estopim a carência nutricional de magnésio no organismo. É o que mostra uma pesquisa da Universidade Harvard, nos Estados Unidos.

De acordo com o estudo de Harvard, pessoas que consomem pelo menos 300 miligramas de magnésio diariamente têm 37% menor risco de morte súbita — que é a agressão máxima provocada pela falta de sincronização dos ritmos do peito. "Muitos descompassos do coração são transitórios e espontaneamente reversíveis. Porém, na ausência de magnésio, podem ser mais demorados ou permanentes", esclarece o cardiologista Aloyzio Achutti, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

fonte: saúdeévital

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