Pele em dia Dermatologistas debatem as novidades em tratamentos de doenças de pele e estéticos Por Danielle Pingitore



Manchas vermelhas ou brancas pelo corpo podem ser sinal de psoríase ou vitiligo, doenças de pele cujas causas ainda são desconhecidas. Um estudo inédito feito pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) com dados de 54.519 pacientes revelou que 2,5% deles sofrem de psoríase e 1,4% possui vitiligo. Mas esse grupo de pessoas já pode ter um motivo a mais para se alegrar. Novos procedimentos médicos para esses males têm sido discutidos por especialistas e poderão ser uma nova alternativa para o tratamento dessas doenças.

O assunto foi tratado na 57ª Jornada Paranaense de Dermatologia promovido pela SBD/PR. Realizado a cada três meses, o evento reuniu especialistas da área que debateram sobre a psoríase, o vitiligo, a cosmiatria (ciência médica que estuda a beleza humana) e o laser. Além disso, quem esteve presente na jornada pôde assistir a apresentações de casos clínicos de pacientes de quatro serviços credenciados da SBD, como a Santa Casa de Curitiba, os Hospital de Clínicas, e os Hospitais Universitários Evangélico de Curitiba e Estadual de Londrina.



Quem apresenta manchas vermelhas pelo corpo e descamações na pele pode estar sofrendo de psoríase - doença inflamatória bastante comum, cuja causa ainda é desconhecida. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2% e 3% da população no mundo possui a doença. Segundo o dermatologista e vice-presidente da SBD do Paraná, José Roberto Toshio Shibue, este mal pode ser causado por fatores genéticos e ambientais. "Além do fator genético, também acredita-se que exista a influência de fatores ambientais como o consumo de álcool, fumo e até o clima. O inverno, por exemplo, é um fator desencadeante ou agravante da psoríase."



Aqueles que já fazem tratamentos contra a psoríase, como o uso de cremes e da fototerapia - aplicação de radiação ultravioleta –, podem saber que outro procedimento vem sendo estudado. Trata-se da utilização de imunobiológicos. Segundo o dermatologista, o tratamento é consagrado e possui um bom resultado nos casos de psoríase grave. "Os imunobiológicos são medicamentos adquiridos através de um processo no qual se usam substâncias chamadas citocinas, que vão atuar como mediadores químicos, bloqueando o processo inflamatório da doença."

Outro ponto abordado na jornada foi sobre a genética do vitiligo. O assunto é relevante já que a causa da doença que provoca manchas brancas na pele não foi descoberta até hoje. "Foi visto que há um gene chamado DDR1 que dá uma maior suscetibilidade à doença juntamente com fatores ambientais. Mas, a teoria que é mais aceita atualmente é que ele seja genético ou hereditário, porém sofre fatores ambientais também." – explica Shibue.

Assim como na psoríase, o médico explica que a fototerapia e o uso de remédios e cremes podem ser usados no tratamento atual do vitiligo. Além desses procedimentos, os pacientes que possuem a doença ainda podem passar por cirurgias de implantes de melanócitos - células que contêm melanina e que podem repigmentar a pele. "Todos têm tido bom resultado, em longo prazo. Mas em algumas pessoas a doença pode voltar a aparecer." – explica o dermatologista, que complementa: "Ainda não há nada lançado oficialmente”.

A cosmiatria e o uso de laser também estiveram na pauta do evento. Tratamentos como rejuvenescimento da face e retirada de manchas e estrias com laser também foram discutidos. O médico conta que depois dos 50 anos uma queixa frequente dos pacientes é o aspecto da pele e o câncer de pele. "Tem-se visto cada vez mais em pessoas jovens com câncer de pele devido ao ato de exposição solar. Embora seja uma doença mais comum acima dos 40 e 50 anos de idade".

Apesar de tantos tratamentos, quem quer continuar com a pele bonita deve se cuidar. O Dr. José Roberto Toshio Shibue alerta que depois dos 50 anos o mais importante é proteger a pele do sol. "Usar protetor solar e roupas que protejam do sol, como boné, por exemplo. Também é bom passar cremes hidratantes, pois nessa faixa etária a pele vai ficando mais ressecada. Além disso, pode-se tratar a pele com uso de laser, dependendo da queixa do paciente".
FONTE:maisde50.com.br

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