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FALANDO DE SEXUALIDADE EM FAMÍLIA

FALANDO DE SEXUALIDADE EM FAMÍLIA
Por: Psic. Carlos Barcellos


Nossa sociedade tem se tornado conhecida como uma sociedade saturada por sexo. Nunca antes se falou tão abertamente na mídia sobre este assunto. Revistas semanalmente enchem as bancas com discussões e debates - na maioria das vezes de forma extremamente superficial - sobre questões de sexualidade. O culto ao corpo e a liberdade de expressão da sexualidade são temas do cotidiano das telenovelas e filmes.
Todavia, com toda esta avalanche de informações - nem sempre sensatas - ainda trata-se de um assunto tabu dentro das famílias. Existe muito pouco diálogo entre pais e filhos e, quando este acontece, muitas vezes é cheio de códigos e meias-palavras, que mais transtornam a vida dos jovens que esclarecem. Sem contar que a essência do diálogo sobre tal tema deve orbitar em torno de VALORES, o que os pais nem sempre tem claros para si, deixando-se influenciar pelos enlatados da mídia.

Em face disto, quero propor 8 dicas para se falar sobre o tema no contexto familiar:

1) O diálogo deve se iniciar entre o casal.
Em nossa sociedade, fortemente afetada pelo machismo, a maioria dos homens deixa para a mãe o encargo da educação dos filhos - e isso inclui a educação sexual. Algumas vezes ele, o pai, é convocado para falar com o filho adolescente quando se suspeita que este já esteja tendo uma vida sexual ativa. Porém se o casal nunca conversa sobre seus valores a respeito da sexualidade, irão passar informações díspares para os filhos ou entrar facilmente em conflito quando a mãe impõe certo valor aos filhos e depois o pai os desqualifica. Daí a necessidade de um afinamento entre o casal sobre o que e como querem passar tais conceitos aos filhos.

2) A comunicação é mais que palavras.
Deve-se ter em mente que a sexualidade é vivida no cotidiano do lar e não algo separado do mesmo. O que quero dizer com isso é que a expressão da sexualidade deve se manifestar nos gestos de ternura e carinho entre os pais, com abraços, beijos e afagos carinhosos diante dos filhos. Caso contrário os filhos crescerão com a idéia que sexo e afeto são duas coisas independentes, pois não percebiam a expressão afetiva dos pais, mas ´sabem´ que os mesmos mantém relações sexuais. Não se envergonhe de demonstrar diante dos filhos que você ama seu cônjuge, isso dará a eles diretrizes saudáveis sobre a expressão sexual adulta.

3) Aproveite as oportunidades.
Muitos me perguntam quando é o tempo certo de falar sobre sexualidade com os filhos e eu respondo: desde que nascem! Reportando-me ao conceito acima, os bebês já são capazes de observar e registrar a expressão afetiva dos pais. Mais tarde eles farão perguntas, as quais devem ser respondidas com naturalidade e dentro da capacidade de compreensão da criança (não num linguajar técnico de livros).

4) Dê respostas simples.
Se a criança não estiver satisfeita com a mesma ela pedirá nova explicação e aí você terá oportunidade de aprofundar o tema. Algumas vezes as crianças não perguntam verbalmente, mas com a expressão facial, ao observarem, por exemplo, uma cena de sexo na TV ou verem animais copulando. Nesse momento deve-se explicar à criança o que é aquilo, sempre numa linguagem acessível à mesma. Quando um filho faz uma pergunta, não se negue a responde-la, nem saia correndo para comprar a enciclopédia de educação sexual: apenas fale, de forma simples e compreensível à idade dela o que você acredita como valores sobre este tema.

5) Não trate o tema como algo vergonhoso, feio ou sujo.
Muitos pais escondem tanto dos filhos o tema da sexualidade que os filhos crescem com a idéia que é algo tão sujo e pecaminoso que falar no assunto já é por si errado. Não tenha medo de falar do que Deus não teve vergonha de criar.

6) Não crie neologismos para referir-se aos órgãos genitais.
Isso pode passar a idéia que falar sobre sexo é tão sujo que é necessário se inventar nomes diferentes dos cientificamente verdadeiros para se referir aos genitais. Cria-se uma quantidade inimaginável de neologismos que só confundem a criança e nada contribuem para uma educação real nesta área.

7) Firme-se nos seus valores.
Falar sobre sexualidade tem que imprescindivelmente abordar o tema de valores. Por isso que a educação sexual nas escolas é tão frágil, pois aborda apenas os aspectos de anatomia e fisiologia da sexualidade e reprodução. Questões de valores devem ser passadas de pais (veja a dica 1) para filho. O que é certo ou errado para seu filho não pode ser determinado pelo que a mídia diz, pelo que um livro fala a respeito, ou pelo que você ouviu em uma palestra, antes pelo que você tem firmado como valores de vida.

8) Firme seus valores em Deus.
A Palavra de Deus é rica em ensinamentos e sabedoria milenar para nos orientarem no desenvolvimento de uma vida saudável. Ela também tem textos abordando claramente a questão da sexualidade. Como casal e como família, entrem na deliciosa aventura de descobrir estes princípios para a vida saudável e comprovem que, ao coloca-los em prática, terão uma vida abundante e não cheia de frustrações e vazio como os que têm aqueles que seguem os padrões vazios da mídia. Este é um convite e um desafio para se ter um diálogo saudável sobre sexualidade.

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