Carência de vitamina D pós inverno



Que o sol é uma das principais fontes de vitamina D, isso não discute. “Porém, o uso de barreiras, como o filtro solar, roupas e até o vidro das janelas do carro e do escritório, interferem na transformação desse nutriente na pele, cuja ausência faz com que apenas 10% a 15% do cálcio ingerido seja absorvido pelo intestino”, diz a endocrinologista Marise Lazaretti Castro, chefe do grupo de doenças osteometabólicas da disciplina de endocrinologia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), em São Paulo. Essa dupla carência de vitamina D e cálcio pode favorecer o aparecimento de doenças ósseas, como osteoporose e raquitismo. 

Não acha que isso é com você, já que o Brasil é um país tropical? Pois saiba que os brasileiros estão com deficiência de vitamina D, conforme comprovou um estudo publicado no periódico europeu Clinical Nutrition. Segundo pesquisa realizada em 2006 pela Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ficou comprovado que 77,4% dos 603 paulistanos de 18 a 90 anos avaliados apresentaram carência da vitamina D após o inverno. Apesar do índice de vitamina D ter melhorado após o verão, ainda se encontra alto, por volta de 40%.

Entre as explicações estão a grande quantidade de horas que as pessoas passam no escritório, sem acesso à luz solar, e a uma dieta pobre em fontes de vitamina D, como folhas verdes, peixes, carnes, leite e ovos. “Para quem não é fã do sol nem desses alimentos, uma boa saída pode ser tomar suplementos de vitamina D”, diz a endocrinologista.
 
Vitamina D e o sol

A produção da vitamina D a partir do sol acontece da seguinte forma: os raios UVB atingem as moléculas produzidas a partir do colesterol e que estão localizadas na camada externa da pele. Esse processo gera a chamada pré-vitamina D, que sofre alteração no fígado e nos rins, onde finalmente se transforma na forma ativa da vitamina D. “Para que essa síntese ocorra, o ideal é se expor ao sol sem protetor solar diariamente por cinco minutos. O sol das primeiras horas da manhã, de preferência antes das nove horas, pode favorecer a síntese de vitamina D, sem agredir a pele”, diz a médica Sara Bragança, do Rio de Janeiro, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética.
atmosferasaúde

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